Forte cultura do mata-mata no Brasil pode esvaziar Palmeiras x Flamengo

Foto: Icon Sport

Publicado às 07/07/2023 - 11:52h

Por: André Rocha

O Palmeiras esperava tomar a liderança do Brasileiro no confronto direto com o Botafogo no Allianz Parque. Mas perdeu antes para o Bahia e, com a derrota para o alvinegro carioca, ficou oito pontos atrás. Que aumentou para dez, com o empate na Arena da Baixada com o Athletico. O Alviverde usando um time cheio de reservas.

 

Clara indicação de que Abel Ferreira pode privilegiar as copas neste ano. Como fez o Flamengo em 2022, ao ficar muitos pontos atrás do então líder Palmeiras e perceber que não haveria brecha para decolar. 

 

O fato é que os dois times dominantes no país e na América do Sul, com o breve hiato do Atlético Mineiro em 2021, só levam a sério a competição por pontos corridos em ocasiões muito especiais. Como o Flamengo, em 2020, caindo cedo nos torneios de mata-mata e focando no Brasileiro ainda com tempo para uma arrancada, por conta do “vácuo de poder” de Internacional e São Paulo. 

 

Já o Palmeiras levou a sério no ano passado porque Abel queria provar sua competência também em um campeonato que premia a regularidade. 

 

Amanhã, sábado, tem Palmeiras x Flamengo, no Allianz Parque. Mesmo com o duelo, na mesma rodada, entre os dois primeiros colocados na tabela, Grêmio x Botafogo a disputa entre os clubes mais vencedores dos últimos anos deveria gerar uma enorme mobilização dos dois lados.

 

Só que ambos parecem mais voltados para as partidas de volta das quartas da Copa do Brasil. Palmeiras focado no São Paulo e o Flamengo no Athletico. 

 

Ao contrário dos grandes centros futebolísticos do mundo e até de alguns mais “periféricos" que o brasileiro, a copa, na prática, no calor dos acontecimentos, acaba sendo mais valorizada que a liga nacional, que deveria ser a principal competição do país.

 

A ótima premiação é um atrativo até óbvio, mas quase sempre soa como pretexto para uma forte cultura de valorização do mata-mata. O “atalho” de dez jogos que dá menos trabalho que a construção de 38 rodadas. Ainda que, no final do ano, a copa volte ao seu tamanho real e seja sempre citada como a conquista menos relevante do segundo semestre.

 

Mas agora parece o mais importante para os gigantes das últimas temporadas e o duelo no Allianz pode acontecer com times mistos. O esvaziamento do grande clássico nacional da atualidade será uma incoerência do tamanho dos clubes envolvidos. E pode cobrar o preço lá na frente para o perdedor ou para os dois, no caso de um melancólico empate. 

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